Não sei exatamente quando acontecerá isso, mas o dia que a gente precisar teremos que comprar alguns pratos; não se pode ficar a vida toda comendo sobre o papelão da pizza; embora, não deixaremos que os pratos nos escravizem, para evitar uma rebelião, apenas compraremos os suficientes: dois pratos rasos, dois pratos fundos, um pra a salada e é só, o sorvete o comeremos diretamente do pote. Do mesmo modo, os copos, as xícaras e as copas serão contadas; as colheres, os garfos e as facas também, pois não queremos armas mortais na nossa casa... nem ficar a tarde toda lavando a louça.
Mas não se preocupe, não será assim sempre. Um dia a gente sentirá saudades daquela bagunça que era a cozinha de mamãe e das brigas com os irmãos por causa de lavar a louça. Um dia, também, a família nos visitará e teremos que comprar uma luxuosa louça que seguramente só usaremos em datas especiais como o natal e as visitas de mãe. Outro dia jogará a seleção de futebol ou Santos o campeonato, e precisaremos de potes grandes para colocar tanta besteira que daremos de comer aos amigos.
Mas depois de todo isso, quando a família e os amigos forem embora, ficaremos sozinhos; ficaremos sozinhos: você, eu e nossa louça. Então teremos que inventar festas para convidar aos amigos e vizinhos a usar a louça; e quando sejamos velhos para as festas, teremos que adotar um cachorro que mastigue prato após prato; e quando o cachorro madurar, a gente terá que criar filhos para quebrar, com mãos ternas, os copos.
O bom dum casal inteligente, como nós, é que prevendo aquela responsabilidade futura de fazer filhos, teremos comprado pratos resistentes que agüentem todas as caídas, cada vez que, logo após almoçar, a gente queira fazer amor sobre a mesa. Depois, quando venham as crianças, teremos que nos desfazer deles: primeiro, porque nossos filhos terão que aprender responsabilidades e que nem tudo é indestrutível; segundo, porque com os meninos em casa, será mais difícil achar o momento de fazer amor sobre a mesa. Além de que, os pratos ficaram velhos, filho um e filho dois nos esquentarão a cabeça até comprar pra eles uns potes novos com desenhos de animaizinhos e o abecedário na beirada, mas nem sentiremos tanta saudade dos pratos velhos... a vida muda, a gente também.
Mas não se preocupe, não será assim sempre. Um dia a gente sentirá saudades daquela bagunça que era a cozinha de mamãe e das brigas com os irmãos por causa de lavar a louça. Um dia, também, a família nos visitará e teremos que comprar uma luxuosa louça que seguramente só usaremos em datas especiais como o natal e as visitas de mãe. Outro dia jogará a seleção de futebol ou Santos o campeonato, e precisaremos de potes grandes para colocar tanta besteira que daremos de comer aos amigos.
Mas depois de todo isso, quando a família e os amigos forem embora, ficaremos sozinhos; ficaremos sozinhos: você, eu e nossa louça. Então teremos que inventar festas para convidar aos amigos e vizinhos a usar a louça; e quando sejamos velhos para as festas, teremos que adotar um cachorro que mastigue prato após prato; e quando o cachorro madurar, a gente terá que criar filhos para quebrar, com mãos ternas, os copos.
O bom dum casal inteligente, como nós, é que prevendo aquela responsabilidade futura de fazer filhos, teremos comprado pratos resistentes que agüentem todas as caídas, cada vez que, logo após almoçar, a gente queira fazer amor sobre a mesa. Depois, quando venham as crianças, teremos que nos desfazer deles: primeiro, porque nossos filhos terão que aprender responsabilidades e que nem tudo é indestrutível; segundo, porque com os meninos em casa, será mais difícil achar o momento de fazer amor sobre a mesa. Além de que, os pratos ficaram velhos, filho um e filho dois nos esquentarão a cabeça até comprar pra eles uns potes novos com desenhos de animaizinhos e o abecedário na beirada, mas nem sentiremos tanta saudade dos pratos velhos... a vida muda, a gente também.
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