lunes, 16 de diciembre de 2013

Um dia

E um dia vou me morrer somente para que você saiba como e que se sente essa ausência eterna e essa solidão... ou talvez para que faça da sua vida o que quiser sem ter que se preocupar por minha enfermiça presença, sem minhas queixas e sem minhas tristezas essas que abarcam os meus dias todos.
Um dia eu vou morrer mas não sei se você vai se lamentar por isso, não sei se vai chorar e por quanto tempo vai fazê-lo, nem sei após de quanto tempo de frio meu corpo você vai se esquecer de mim como acostumava fazê-lo sempre. Talvez o faça somente umas horas, uns dias ou não o faça nunca para não desperdiçar suas lágrimas preciosas, assim como preferiu não desperdiçar seu tempo precioso.
Um dia eu vou morrer, não sei como e não sei por quê, mas vou morrer mesmo para estar igual por dentro e por fora, porque nada faz tão pouco sentido como uma existência vazia, porque a saudade alimenta um tempo enquanto chega a desesperança e porque essa desesperança é o fome crítica e irreversível da alma.
Um dia eu vou morrer porque não há mais razão de ficar aqui, porque o meu ser não alimenta nada, porque morri já desde um momento que não posso lembrar pois a morte se leva também as lembranças.
Não peço que não sinta minha falta, não se precisa fazê-lo. 

domingo, 4 de agosto de 2013

Esses olhos teus

Não sei o que tem esses olhos teus.
Nem sei se esses olhares são pra mim. E se talvez somente me olhas por curiosidade? E se talvez teu gesto somente é de cordialidade? Então, tonta de mim e o meu auto-engano.
De qualquer jeito... não sei o que tem esses olhos teus e a tua forma de me olhar, não sei mas ficou lá, cativa, tentando dissimular.

jueves, 13 de junio de 2013

Parabéns pra mim. E daí?

Justo agora acho que é natural e que tinha que acontecer alguma vez. É a idade, quem sabe.
Justo agora reparo em que minhas expectativas da vida são elevadas demais, e nem falar das expectativas das datas "importantes".
Qualquer um acharia que dava na mesma pra mim. Mas não, não da na mesma, nem deu jamais.
Logo sinto aqui no peito um nó e lembro dum amigo que odiava aniversário, e a quem eu, imatura, incomodava com o tema.
E daí.
Nem tenho palavras nem acho o jeito pra explicar como me sinto. Nem eu sei. Só sei que é tristeza, tristeza mesmo, essa dor de... alma, sem motivo e sem solução.
"E daí, Di, o que acontece?", me pergunto. "Eu queria que tudo fosse maravilhoso e da mesma vez que não fosse tão importante, eu queria todos meus sonhos cumpridos, que as minhas fantasias fossem reais por um dia e passar o tempo fazendo o que eu mais quero e que jamais consigo", me respondo. "Isso tá impossível, Di", fala alguém na minha cabeça. E fico aqui assim.
E daí, daí nada.